CIDADES APROVAM LEI QUE PROÍBE COBRANÇAS POR SACOLAS PLÁSTICAS

 



Moradores de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, já não precisam pagar por sacolas plásticas em supermercados há dois meses. No entanto, ambientalistas e representantes da associação de estabelecimentos comerciais alertam que o impacto pode vir no bolso do consumidor e também no meio ambiente.

Alguns consumidores aprovaram a medida. "Muito justo. As coisas do jeito que estão e ainda ter que pagar uma sacola não é fácil", disse Marina Rosa da Costa, inspetora.

Outra moradora diz que gosta de transportar as compras em bolsas retornáveis, mas acaba pegando as sacolas plásticas também.

"Falta para a gente, né? O dinheiro a gente já não tem quase, né… Foi uma benção a gente não ter que pagar sacola “, disse a lavadora Rosa Maria Pereira.

A mesma medida vale também para a vizinha Maricá. No Rio, um projeto de lei que tramita na Câmara diz que o custo da distribuição das sacolas deve ser do estabelecimento e não do cliente.

"A gente está no mercado todo dia, gastando todo dia e R$0,10? Eu não acho justo eles cobrarem", afirmou Maria José da Silva Silveira.

Mas o presidente da Associação de Supermercados do Estado Do Rio (Asserj), Fábio Queiróz, diz que é uma falsa economia.

"Não existe sacola gratuita! O custo é muito alto e ele vai para o preço das mercadorias, portanto, não compre sacolas, traga as sacolas retornáveis porque os produtos ficam mais baratos e a gente consegue vencer juntos essa inflação tão alta que está acontecendo", ponderou.

Meio ambiente

Desde que a lei foi aprovada em São Gonçalo, o consumo de plástico no município aumentou 80%. Carlos Minc, deputado estadual, é autor da lei que previa a substituição das sacolas plásticas convencionais pelas biodegradáveis e permitiu a cobrança delas para estimular uma mudança de hábito da população.

"O objetivo da lei das sacolas plásticas é retirar do meio ambiente bilhões de sacolas plásticas que entopem rios e canais, poluem os mares, asfixiam golfinhos e tartarugas. Alguns municípios têm aprovado leis obrigando a distribuição gratuita dessas sacolas", afirmou.

"O que a procuradoria da assembleia pede ao tribunal de justiça é que essas leis sejam consideradas sem efeito, inconstitucionais."

Em dois anos de lei, o município do Rio reduziu mais de 4 bilhões de sacolas plásticas. Uma pesquisa da Asserj revelou que sete a cada dez consumidores usam as bolsas retornáveis na capital.

Ambientalistas acompanham as leis de sacolas plásticas em outros municípios com preocupação e afirmam que as leis municipais representam um retrocesso.

"Quando você agrega valor a um produto ecológico, você gera uma consciência ecológica. É importante que esse processo de cobrança da sacola plástica seja contínuo, visto que ele não é 100% biodegradável. Ele ainda gera um contaminante na natureza. Na composição dele existem polímeros que são prejudiciais ao meio ambiente", afirmou o biólogo Marcelo Mello.

 

Fonte: G1

 


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